Libertadores em Foco: como foram os confrontos de ida da primeira fase

São Paulo encarou o Cesar Vallejo no Peru, pela primeira fase da Liberta
(foto: Associated Press)

E nesta semana, aconteceram as partidas de ida da primeira fase da Libertadores 2016.
Alguns resultados surpreenderam, como a vitória do River Plate (URU) sobre a Universidad de Chile - e mesmo o tropeço do São Paulo, único brasileiro nesta fase da competição, diante do Cesar Vallejo, em Trujillo, no Peru.
Fora estes dois confrontos, os outros resultados não surpreenderam.

Aqui, vou fazer um resumo e um tira-teima sobre o post anterior, onde fiz um pequeno prognóstico sobre cada confronto, e dei um palpite.
Vou comparar os resultados destes jogos de ida com os prognósticos que fiz - e falarei também sobre o que os times precisam fazer para, nos jogos de volta, garantirem suas vagas na próxima fase de competição: a fase de grupos.

Então, sem mais delongas, vamos lá!

Univ. Cesar Vallejo (PER) 1 x 1 São Paulo


Como no post anterior, vou começar pela partida do Tricolor Paulista - que aliás, foi uma das surpresas desta rodada de ida da primeira fase.
O São Paulo começou bem a partida, e pressionou bem o time peruano - com direito até a um gol não marcado de Alan Kardec, quando a bola bateu na trave e quicou passando a linha do gol. A arbitragem não viu o lance e deixou o jogo seguir.
E aos 18 minutos do primeiro tempo, veio o golpe: Hohberg acertou um chute no ângulo, de fora da área, sem chances de defesa para Dênis. O Cesar Vallejo abre o placar: 1 a 0.
O Tricolor conseguiu buscar o empate no segundo tempo, quando o argentino Calleri - que entrou no lugar de Alan Kardec - entrou pela direita e encobriu o goleiro peruano, deixando tudo igual.

O argentino Calleri salvou o Tricolor de uma derrota na estreia
(foto: AP)

O São Paulo perdeu muitas chances de gol - e a defesa ainda apresentou brechas, a exemplo do que ocorreu no ano passado.
Apesar da atuação questionável neste jogo de ida, podemos dizer que o Tricolor saiu no lucro, pois conseguiu algo que faz diferença nesta fase da competição: marcar um gol fora de casa.
Com isto, um empate sem gols no Pacaembu, na próxima quarta-feira (10/02) - ou mesmo uma vitória simples - dão a vaga no grupo 1 para o São Paulo. Um novo empate em 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Para os peruanos, basta vencer ou empatar marcando mais de dois gols.

Dá para o São Paulo passar. Mas os erros precisam ser corrigidos - e a equipe tem que continuar mantendo os olhos abertos.

Huracán (ARG) 1 x 0 Caracas (VEN)


Aqui, deu a lógica. Jogando em casa, em uma partida disputada e nervosa - com direito a muitas faltas de ambos os lados, e a expulsão do volante Vitali, do Caracas - o Huracán conseguiu bater o time venezuelano.
Mas o gol só saiu aos 30 minutos do segundo tempo, quando Mariano Gonzalez recebeu de Espinoza, livre de marcação, e ficou na cara do goleiro.

Mariano Gonzalez fez o único gol do Huracán contra o Caracas
(foto: Agência EFE)

Agora, o Huracán precisa de um empate para passar para a próxima fase. Os argentinos podem até mesmo perder por um gol de diferença - contanto que marquem pelo menos um gol na capital venezuelana.
Se o Caracas vencer por 1 a 0, a disputa vai para as penalidades. Evidentemente, para os venezuelanos, só a vitória interessa. E a missão é complicada: o Caracas precisa de dois gols ou mais de diferença (sem sofrer nenhum) para avançar.

Nenhuma surpresa. Mesmo perdendo muitas chances de gol, o Huracán fez valer o mando de campo, e vem numa condição confortável para o jogo de volta. Ainda tem tudo para seguir para o grupo 4, na próxima fase.

River Plate (URU) 2 x 0 Universidad de Chile (CHI)


Eis aqui a grande zebra da rodada. Sinceramente, eu não dava nada para o River Plate uruguaio.
Mas o novato da competição sul-americana mostrou a que veio - e logo no primeiro tempo, engrossou o jogo para La U, jogando de igual para igual com os chilenos.
Os gols saíram somente no segundo tempo - aos 16 minutos, Michael Santos abriu o placar para o River, em cobrança de pênalti. E aos 26 minutos, após um cruzamento pela esquerda, o colombiano Taján se aproveitou de uma trapalhada do goleiro Johnny Herrera (ex-Corinthians) e mandou para as redes, ampliando para o time uruguaio.

Em seu debut na Libertadores, o River uruguaio surpreendeu La U
(foto: Reuters)

Não sei quanto a vocês... mas eu diria que o River, em sua primeira participação em uma Libertadores, está prestes a fazer história. E tem todas as ferramentas na mão para isso.
Com esta vitória em casa, o River Plate pode perder por até um gol de diferença no jogo de volta, no Estádio Nacional de Santiago.
Já para os chilenos, é vencer ou vencer - e ainda terão que marcar dois ou mais gols (e também não sofrer nenhum), se quiserem passar para a próxima fase.
Vale lembrar que quem passar desse confronto cai no grupo do Palmeiras, o grupo 2 - e de quebra, vai ser o adversário do Verdão na estreia do torneio.

E eu botei fé em La U no post anterior... será que eu vou queimar a minha língua? Sim, claro ou com certeza?

Puebla (MEX) 2 x 2 Racing (ARG)


Eu disse que este não seria um confronto fácil. E de fato, não foi. O Puebla, jogando em casa e com o apoio de sua torcida, abriu o placar logo aos 3 minutos de jogo, com Alustiza cobrando falta - a bola desviou na barreira e enganou o goleiro Saja, do Racing. 10 minutos depois, os argentinos chegaram ao empate, com o artilheiro Gustavo Bou.
Já no segundo tempo, a equipe mexicana voltou a ficar à frente no marcador, novamente com Alustiza, desta vez em cobrança de pênalti. E novamente, o Racing foi buscar o empate, aos 29 minutos, desta vez com Ricardo Noir, que havia saído do banco de reservas, e se aproveitou de uma falha da defesa mexicana. E a partida terminou empatada.

Jogadores do Racing comemoram gol de empate diante do Puebla (MEX)
(foto: AP)

Por essas e outras que eu digo: jamais se deve menosprezar a gana dos argentinos na Libertadores. Mesmo jogando fora de casa - e jogar contra os mexicanos é algo complicado - o Racing soube se impor, sem se abater nos momentos desfavoráveis. E conseguiu arrancar um empate importantíssimo, com dois gols marcados na casa do adversário - o que deixa La Academia em uma situação confortável para o jogo de volta: pode até empatar por 1 a 1 em casa que fica com a vaga. E aos mexicanos, uma missão complicada: vencer o Racing dentro do El Cilindro, em Avellaneda.

Quem passar aqui entra no grupo 3 - o grupo do Boca. E o Racing tem tudo pra avançar.
Aliás... já imaginaram? Boca e Racing no mesmo grupo? Que jogo, amigos!!!


Ind. Del Valle (EQU) 1 x 0 Guaraní (PAR)


Outro confronto que está totalmente em aberto - apesar da vitória do Del Valle sobre o Guaraní.
O único gol desta partida saiu dos pés do zagueiro Luis Caicedo, aos 28 minutos do primeiro tempo. Durante toda a partida, os equatorianos abusaram das chances perdidas. Mas largaram na frente no confronto.

O Del Valle precisa só de um empate para avançar à fase de grupos e entrar no grupo 5 - o grupo do Atlético-MG. E os paraguaios precisam vencer por uma diferença de dois gols ou mais - o que não é impossível, já que o jogo será no mítico Defensores del Chaco, com promessa de apoio maciço da torcida.

Caicedo garantiu a vitória do Del Valle sobre o Guaraní
(foto: Agência EFE)


A exemplo do primeiro post, não vou me arriscar a cravar um vencedor aqui. Apesar do Del Valle estar em uma condição teoricamente mais favorável. Sem falar que o Guaraní surpreendeu todo mundo na Libertadores passada, e joga em casa.
Tudo pode acontecer neste duelo - afinal, Libertadores é Libertadores.


Oriente Petrolero (BOL) 1 x 3 Ind. Santa Fé (COL)


Mesmo jogando fora de casa, o Santa Fé fez valer a sua superioridade técnica e sua condição de campeão da Sul-Americana, e conseguiu abrir uma vantagem interessante sobre o Oriente Petrolero.
Um dos destaques foi o atacante Carlos Ibargüen, que marcou duas vezes: aos 22 e aos 40 minutos do primeiro tempo.
No segundo tempo, Mina ampliou para os colombianos logo aos 9 minutos, aproveitando cobrança de falta de Seijas. Os bolivianos descontaram aos 32, com Castillo.

Mina e Ibagüen comemoram um dos gols do Santa Fé contra o Petrolero
(foto: Agência EFE)

O Santa Fé está com uma mão na vaga - pode perder por 2 a 0, ou por até 1 gol de diferença, que mesmo assim avança para o grupo 8, que é o grupo do Corinthians.
O Petrolero depende praticamente de um milagre: terá que vencer por três gols ou mais de diferença, jogando no El Campín, em Bogotá.

Eu diria que este confronto está praticamente definido - levar três gols em casa em um mata-mata de Libertadores é praticamente pedir pra ser desclassificado.
Tudo bem que o Oriente Petrolero ainda conseguiu um golzinho... mas a situação dos bolivianos é complicadíssima. Pra mim, sem sombra de dúvida, quem leva essa parada é o Santa Fé - que se passar, promete dar trabalho ao Timão. Olho neles, Fiel!


Os jogos de volta da primeira fase da Libertadores começam já na próxima terça-feira (09/02), quando a Universidad de Chile recebe o River Plate uruguaio, às 20:30hs (horário de Brasília), em Santiago.
O São Paulo entra em campo na quarta (10/02), às 21:45hs, quando enfrenta a equipe do Cesar Vallejo no Pacaembu.

E quais os palpites de vocês para estes jogos de volta? Postem nos comentários!


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