Especial em Foco: 20 anos sem Mamonas

20 anos sem a irreverência dos Mamonas Assassinas
(foto: Reprodução/Internet)

Nesta semana, completaram-se 20 anos da partida repentina de um grupo que marcou época no cenário musical brasileiro: os Mamonas Assassinas.
Uma banda que ficou marcada pelo seu bom humor e irreverência, e por suas canções com letras totalmente escrachadas, que conquistaram uma legião de fãs pelo Brasil.
E evidentemente, o Em Foco não podia deixar de prestar sua homenagem à banda. Neste post, vamos relembrar a trajetória do grupo e, claro, matar a saudade do quinteto de Guarulhos que conquistou o país inteiro com sua alegria.


Pois bem, sem mais delongas... vamos lá! Mamonas no Em Foco!

O Mamonas foi formado em 1989, em princípio com o nome de Utopia. Era uma banda de rock como qualquer outra: fazia covers de bandas de sucesso da época, como Paralamas do Sucesso e Legião Urbana, entre outras, além de fazer composições próprias com um tom sério.
Chegaram até a lançar um disco, intitulado A Fórmula do Fenômeno - mas não fez muito sucesso: vendeu apenas cerca de 100 cópias.
Inicialmente, a banda era formada pelos irmãos Samuel e Sérgio Reoli (uma abreviação para "Reis de Oliveira", sobrenome dos irmãos), respectivamente baixista e baterista, e o guitarrista Alberto (ou Bento) Hinoto. O vocalista Dinho e o tecladista Julio Rasec entraram depois, em 1990.

Da esq p/a dir: Dinho, Júlio, Samuel, Sérgio e Bento
(foto: Reprodução/Internet)

Parecia que a banda iria ficar no ostracismo. Mas ocasionalmente, durante as apresentações, o grupo lançava algumas paródias bem-humoradas, em meio às músicas rotineiras - o que tinha uma aceitação muito boa do público (até melhor do que os covers e as músicas com tom mais sério).
E isso foi percebido não só pela banda, como também por um conhecido produtor musical: Rick Bonadio (que também lançou bandas como Charlie Brown Jr e CPM 22), que viu uma apresentação da banda em um bar de Guarulhos e resolveu investir nos rapazes.

O vocalista Dinho fantasiado de Robin, em um dos shows dos Mamonas
(foto: Reprodução/Internet)

Mas, ainda faltava alguma coisa: o nome Utopia, por exemplo, não caia bem para uma banda que passaria a ter um tom mais escrachado. Era preciso mudar o nome.
Sugestões não faltaram: Um Rapá da Zé, Tangas Vermelhas, Os Cangaceiros de Teu Pai... mas quem deu a palavra final foi o baixista Samuel, que sugeriu o nome de Mamonas Assassinas do Espaço - que depois foi reduzido para Mamonas Assassinas, e virou o nome definitivo da banda.
Em princípio, duas músicas foram gravadas: "Pelados em Santos" e "Robocop Gay" - que juntamente com "Jumento Celestino", foram enviadas em uma fita demo para três gravadoras - incluindo a EMI, que tinha à época João Augusto Soares como diretor artístico. Por pressão de seu filho Rafael, baterista da banda Baba Cósmica que ouviu a demo e gostou de imediato, e após ver uma apresentação da banda em abril de 1995, João Augusto acabou contratando os Mamonas.

No mês seguinte, a banda foi a Los Angeles (EUA) para gravar as faixas do álbum, produzido por Rick Bonadio (a quem a banda carinhosamente apelidou de "Creuzebek").
Em junho de 1995, o álbum homônimo da banda foi lançado - e fez sucesso praticamente de imediato, tanto em vendas quanto nas rádios do país.
O álbum era uma verdadeira salada musical em tom de comédia - passando desde pelo heavy metal até pelo pagode e pelo sertanejo; e até o tradicional vira português entrou na parada.
Ao todo, o álbum vendeu mais de 3 milhões de cópias em todo o território nacional, recebendo o certificado de disco de diamante pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos).

Capa do único álbum lançado pela banda
(foto: Arquivo Pessoal/Daniel Ramos)

O sucesso da banda foi meteórico. A banda passou a ser convidada para diversos programas de televisão da época - e onde a banda passava, a audiência explodia. Por esta razão, a banda era disputada a tapa pelas emissoras, e chegou inclusive a recusar um contrato de exclusividade com a Globo.
Os Mamonas fizeram também uma turnê pelo país, e chegavam a se apresentar de oito a nove vezes por semana - o cachê da banda também se tornou um dos mais caros do país, chegando a até R$ 100 mil.
E o tom dos shows e das aparições na TV era sempre divertido e escrachado, com direito a fantasias de bichos e de super-heróis, imitações do vocalista Dinho (que era perito nisso, diga-se de passagem), piadas e brincadeiras entre os membros da banda.

Os Mamonas no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, em 1995
(foto: Reprodução/Internet)

Em janeiro de 1996, no auge da carreira, os Mamonas se apresentaram no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, cidade natal dos meninos. Cerca de quatro anos antes, ainda na época do Utopia, a banda havia sido recusada e esnobada pela administração do local - e este fato ficou engasgado nos rapazes, especialmente no vocalista Dinho, que, durante a apresentação, sentou-se no palco e desabafou com o público, alfinetando os administradores daquela época e incentivando as pessoas a lutarem por aquilo em que acreditam: "Anos atrás, não deixaram a gente tocar aqui achando que a gente nunca ia fazer sucesso. E olha onde a gente está agora!", esbravejou o vocalista. "Se a gente conseguiu, qualquer um pode conseguir! Lutem pelos seus sonhos!"

O guitarrista Bento Hinoto e o vocalista Dinho durante show em Fortaleza (CE)
(foto: Reprodução/Internet)

O último show dos Mamonas aconteceu em Brasília, no estádio Mané Garrincha, em 1º de março de 1996. No dia seguinte, 2 de março, aconteceu o acidente fatal: a poucos metros do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o jatinho que transportava a banda chocou-se violentamente contra a Serra da Cantareira, matando todos a bordo.
Segundo o Departamento de Aviação Civil (DAC), um erro de procedimento do piloto durante a arremetida do avião foi a causa do acidente.

Jato Learjet 25D, semelhante ao que transportava os Mamonas; acidente aéreo
matou os integrantes da banda (foto: Reprodução/Internet)

Terminava assim, de forma trágica, uma das carreiras mais promissoras da nossa música: entre o lançamento do único álbum da banda e a tragédia, passaram-se apenas sete meses. Sete meses de muito sucesso e alegria, que até hoje são lembrados com carinho pelos fãs.
E, cá entre nós... é impossível ouvir uma música dos Mamonas como "Vira-Vira", "Pelados" ou "Jumento Celestino", por exemplo, e não cair em gargalhadas com as piadas das letras.

E para fechar este post, vou colocar um clip do grupo, assim como faço nos meus posts de K-Pop das sextas-feiras. E nada mais justo do que um dos maiores sucessos dos Mamonas, "Pelados em Santos" - uma das únicas músicas para as quais foram produzidos videoclips.
Então... hora de matar a saudade!


E é isso. Fica aqui a homenagem do Em Foco a essa banda que, ainda hoje, nos diverte e nos faz rir como ninguém.
Saudades eternas, Mamonas Assassinas!



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