Como foi a Convocatória deste ano do Ryukyu Koku Matsuri Daiko

(fotos: Daniel Ramos)

Neste último sábado (04), estive na Convocatória 2017 do grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko.
Este evento, realizado pelo grupo desde 2010, apresenta ao público a história e as ideias do grupo, que é um dos principais expoentes no Brasil da cultura da província de Okinawa, localizada bem ao sul do arquipélago japonês - e tem como ideia principal recrutar novos membros.
Na edição deste ano, o evento foi realizado em um novo local: a sede da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, na Liberdade.

O Ryukyu Koku Matsuri Daiko foi fundado no início da década de 1980 em Okinawa, por jovens da província, que buscavam uma forma de preservar e difundir a cultura e as tradições locais, mas sem se limitar apenas às músicas tradicionais - uniram, então, o estilo tradicional de taiko de Okinawa, chamado de eisa - que une os tambores com coreografias de dança - com ritmos contemporâneos da província. Essa mistura de ritmos, então, originou o sosaku eisa (tecnicamente, um eisa modernizado).
Quem trouxe esse estilo de taiko para o Brasil foi o mestre Naohide Urasaki (1930-2011), que, em 1998, fundou a filial brasileira do Matsuri Daiko - em todo o mundo, o grupo conta com mais de 2500 membros, sendo mais de 600 deles só aqui no Brasil.

Alguns dos atuais líderes das filiais do RKMD

Toda a história e origens do grupo foram apresentados ao público por meio de palestras, bem como instrumentos e uniformes usados pelo grupo - e além disso, uniformes e objetos usados em apresentações foram expostos, cada um com uma explicação detalhada sobre seu uso e significado.

Objetos do grupo expostos ao público

E, claro, não podiam faltar apresentações. A primeira delas promoveu a estreia de membros que ingressaram no grupo na convocatória do ano passado, e passaram por um ano inteiro de preparação.
A emoção de cada um deles era visível.

Apresentações promoveram estreia de integrantes do grupo

A emoção tomou conta de cada um deles

Em seguida, um dos símbolos do grupo - e também de Okinawa - foi apresentado: o shishimai (dança do leão), que é a representação performática do shisá (o leão de Okinawa), tido como um símbolo de proteção para os okinawanos.
O shisá tem origem em uma lenda: tempos atrás, o rei de Ryukyu (nome antigo do arquipélago de Okinawa) ganhou um pingente de um emissário que veio da China; quando a ilha foi atacada por um dragão enfurecido que veio do mar, um leão saiu desse pingente e enfrentou o dragão.

Shishimai: a dança do leão de Ryukyu
(Nota do autor: alguém reconhece esse leão cinza e branco?!) 

Ao final, uma apresentação com as lideranças do grupo fechou o evento com chave de ouro.
Durante o evento - e também pouco depois dele - as cinco filiais do Matsuri Daiko na Grande São Paulo (Vila Carrão, Liberdade, Casa Verde, Ipiranga e Guarulhos) receberam inscrições de interessados em se tornar parte do grupo.

Mesas de inscrição das filiais do Matsuri Daiko

Não há como não se emocionar com o Matsuri Daiko. Presença garantida em grandes eventos nikkeis, suas apresentações sempre encantam.
E a cada ano, o grupo sempre atrai novos membros - sem falar que o público que comparece para assistir à Convocatória também aumenta a cada edição.
O espaço da AOKB, mais amplo, também ajuda. E o evento, como em todas as outras edições, tem a marca do Matsuri Daiko: a alegria e a receptividade do povo de Okinawa.
Parabéns ao grupo!



Mais fotos deste evento podem ser vistas no link a seguir:
https://www.flickr.com/photos/danielrc08/albums/72157676454671863


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