Capitão do Tri em 1970, Carlos Alberto Torres falece aos 72 anos

Carlos Alberto Torres ao lado de uma réplica da Jules Rimet;
capitão do tri morreu nesta terça (foto: CBF)

Morreu na manhã desta terça-feira (25/10) um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos: Carlos Alberto Torres, o lendário capitão da Seleção Brasileira tricampeã do mundo na Copa de 1970.
O ex-jogador morreu em casa, aos 72 anos de idade, vítima de um infarto fulminante.


O "capita", como ficou conhecido após a conquista de 1970, tem uma larga atuação no cenário do futebol - não apenas como jogador, mas também como treinador, até meados da década de 1990.
Carlos Alberto foi revelado pelo Fluminense, onde, logo de cara, foi campeão carioca, em 1964.
No ano seguinte, foi para o Santos, onde atuou ao lado de Pelé, em uma equipe que na época, foi bastante vitoriosa - pelo Peixe, foi campeão paulista cinco vezes (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), campeão da extinta Taça Brasil duas vezes (em 1965 e 1968), do Torneio Rio-São Paulo em 1966 e da Recopa Sul-Americana em 1968.
Carlos Alberto ainda teve passagens por Botafogo, Fluminense (para onde retornou em 1974) e Flamengo, antes de ir, em 1977, para o New York Cosmos (EUA), onde atuou por quatro temporadas (1977, 1978, 1980 e 1982) e encerrou sua carreira de jogador.
Era lateral-direito de origem, mas nos últimos anos de carreira, passou a atuar como zagueiro. Além de ser praticamente impecável no setor defensivo, também tinha fortes características ofensivas - era um jogador que não se limitava a defender, mas também atacava quando era preciso, servindo como elemento surpresa - o que na época, foi uma inovação importante.

Carlos Alberto erguendo a taça da
Copa do Mundo de 1970 (foto: AP)

Como treinador, passou por grandes clubes do futebol brasileiro, como Flamengo (onde foi campeão brasileiro em 1983, comandando o mítico time de Zico, Junior e cia), Corinthians e Botafogo (onde foi campeão da Copa Conmebol em 1993), entre outros.

Mas, de longe, o feito mais lembrado de Carlos Alberto é a conquista da Copa do Mundo de 1970, onde foi o comandante de uma equipe até hoje lembrada com louvor não só pelos brasileiros, mas também pelos fãs de futebol ao redor do mundo.
Uma equipe que tinha Pelé (com quem Carlos Alberto jogou também no Santos e no Cosmos), Rivelino, Jairzinho, Tostão e tantos outros craques, e que encantou o mundo com um futebol vistoso e extremamente bem jogado.
Na final diante da Itália, Carlos Alberto também deixou sua marca - após uma troca rápida de passes que começou no meio de campo, ele chegou pela direita e pegou de primeira, acertando um chutaço de direita.
O Brasil venceu aquele jogo por 4 a 1, e Carlos Alberto teve a honra de levantar a taça.


Tanto em campo como no banco de reservas, Carlos Alberto mostrava-se um líder nato - aconselhava, orientava e, se necessário, até dava bronca nos companheiros.
Foi assim por onde ele passou, tanto como jogador como quanto treinador.
Atualmente, Carlos Alberto atuava como comentarista do canal por assinatura SporTV.

Clubes, jogadores e personalidades do mundo do futebol lamentaram a morte do capitão do Tri. Corinthians, Botafogo, Flamengo e Fluminense publicaram notas de pesar em seus sites oficiais. A FIFA também publicou uma nota em seu site oficial, com o título: "Carlos Alberto: nascido para ser líder", lembrando a conquista de 1970.
Jogadores e ex-jogadores postaram homenagens a Carlos Alberto em suas redes sociais.

Marta homenageia Carlos Alberto em seu Instagram
(foto: Reprodução)

O ex-capitão da seleção alemã, Lothar Matthäus,em sua conta no Twitter:
"Um grande homem e uma verdadeira lenda" (foto: Reprodução)

Também no Twitter, Ronaldinho Gaúcho lembrou da liderança do Capita
(foto: Reprodução)

O corpo de Carlos Alberto Torres será velado na sede da CBF, na Barra da Tijuca (RJ), a partir das 18:00hs de hoje.
O sepultamento está programado para amanhã (26/10), às 11:00hs, no Cemitério de Irajá, também no Rio de Janeiro.

Nasci muitos anos depois da Copa de 1970 - portanto, não cheguei a ver Carlos Alberto em ação dentro de campo. Mas sempre ouvi e sempre ouço histórias daquela Seleção vitoriosa, e vi alguns vídeos de lances daquela Copa - me lembro que, na época que antecedeu a Copa de 2014, realizada aqui no Brasil, o canal Fox Sports reprisou na íntegra todas as finais de Copa do Mundo registradas até então. E, claro, passaram a final de 1970.
Aquele gol marcado pelo Carlos Alberto foi, de longe um dos mais geniais da história - e um dos mais bonitos que eu já vi.
De fato, esta terça-feira é um dos dias mais tristes da história do futebol, pois é um grande nome de sua história que se vai. E que, com certeza, fará muita falta.

Vai com Deus, Capita. E obrigado por toda a alegria que você trouxe para o torcedor brasileiro.

(Fonte: globoesporte.com)