Olimpíada em Foco: Cerimônia de Abertura

Maracanã viveu uma noite histórica
(foto: Pilar Olivares/Reuters)

Um espetáculo de encher os olhos. E pra espantar qualquer perspectiva negativa. Assim foi a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que aconteceu nesta noite no estádio do Maracanã.
Muitas cores, muito samba, uma mensagem ecológica e Vanderlei Cordeiro de Lima acendendo a pira olímpica - uma das mais belas e criativas da história.


A cerimônia começou com Paulinho da Viola cantando o hino nacional acompanhado por uma orquestra. Na sequência, uma breve representação do início da vida na Terra e da história do Brasil, desde a chegada dos portugueses até o crescimento das grandes cidades.


Paulinho da Viola cantou o hino nacional
(foto: Getty Images)

Em seguida, um dos momentos mais emocionantes: uma animação que simulou Santos Dumont voando com seu 14 Bis pela cidade do Rio de Janeiro, ao som do "Samba do Avião" de Tom Jobim.
Um momento de deixar os olhos cheios d'água.

O 14 Bis sobrevoou o Rio, em um momento de muita emoção
(foto: Damir Sagolj/Reuters)

Logo depois, a modelo Gisele Bündchen desfilou sobre o palco do Maracanã, ao som de "Garota de Ipanema", também de Tom Jobim, interpretada pelo neto do finado maestro, Daniel Jobim.
Na sequência, uma mistura de ritmos musicais: rap, funk samba e pop, com nomes como Elza Soares, Marcelo D2, Zeca Pagodinho e Jorge Ben Jor - este último fez o público cantar junto com "País Tropical".

A partir daí, teve início uma parte da cerimônia que visava conscientizar o mundo. Um alerta sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global, com a declamação do poema "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nas vozes das atrizes Fernanda Montenegro e Judi Dench.
E então, algo até então inédito na história das Olimpíadas foi anunciado: todos os atletas plantariam uma semente e uma muda de uma planta nativa do Brasil, para contribuir com o reflorestamento do planeta.

Com isto, as delegações começaram a adentrar o Maracanã. Conforme o protocolo, a Grécia - o país onde se originaram os Jogos Olímpicos - foi a primeira a entrar. Na sequência, os países foram entrando em ordem alfabética, todos acompanhados por bicicletas carregadas de plantas e por ritmistas de diversas baterias de escolas de samba do Rio.
Um outro problema atual foi trazido para a cena dos Jogos: a questão dos refugiados, que foram representados por uma equipe de atletas independentes, sob a bandeira olímpica.

O tenista Rafael Nadal foi o porta-bandeira da Espanha - delegações
desfilaram em ordem alfabética (foto: Reuters)

Pelo fato do Brasil ser o país-sede dos Jogos, a delegação brasileira foi a última a desfilar no Maracanã. E o público veio abaixo quando nossos atletas entraram em cena, ao som de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso.
A porta-bandeira da delegação foi a atleta Yane Marques, do pentatlo moderno.

Yane Marques foi a porta-bandeira brasileira; delegação foi a
última a entrar (foto: Reuters)

Logo depois da entrada das delegações, um reforço na mensagem ecológica dos Jogos: os aros olímpicos foram formados com representações de plantas, simbolizando o ato dos atletas de plantar árvores para reflorestar o planeta.

Aros olímpicos formados por plantas: uma mensagem ecológica
(foto: Reuters)

Uma figura olímpica foi homenageada antes do início da parte protocolar: o ex-corredor queniano Kipchoge Keino, medalhista de ouro dos 1500m nos Jogos da Cidade do México, em 1968, e dos 3000m com barreiras em Munique, 1972.
Atualmente, ele é presidente do Comitê Olímpico do Quênia e mantém projetos sociais de apoio a crianças carentes no país.
Após entrar correndo no Maracanã seguido de crianças que levavam pipas em forma de pombas da paz, Keino recebeu o Prêmio Olímpico do COI.

Em um rápido pronunciamento, o presidente em exercício Michel Temer declarou abertos os Jogos, sob um misto de vaias e aplausos.
Logo em seguida, a bandeira olímpica foi trazida ao Maracanã por grandes nomes da história do nosso esporte: Emanuel e Sandra Pires, do vôlei de praia; Marta, do futebol feminino; Oscar Schmidt, do basquete; Joaquim Cruz, do atletismo; e Torben Grael, do iatismo.
Ela foi hasteada ao som do hino olímpico e na sequência, o iatista Robert Scheidt, o árbitro Martinho Nobre e a técnica Adriana Santos fizeram o juramento olímpico.

Entrada da bandeira olímpica no Maracanã
(foto: Reuters)

Antes da entrada da tocha olímpica no Maracanã, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Anitta cantaram "Sandália de Prata", de Ary Barroso, acompanhados pelas baterias das escolas de samba, que coloriram o palco do estádio.

Após esta apresentação, o ex-tenista Gustavo Kuerten trouxe a chama olímpica, para delírio do público.
Ele passou a tocha para a rainha Hortência, medalha de prata em Atlanta (1996), que, enfim, deixou a tarefa de acender a pira dos Jogos do Rio para Vanderlei Cordeiro de Lima, que mesmo atrapalhado por um fanático, conseguiu a medalha de bronze dos Jogos de Atenas, em 2004.
O ex-maratonista, então, fez-se eternizar pelo seu gesto: subiu as escadas, ergueu a tocha e acendeu a pira olímpica, que logo em seguida, subiu até o teto do Maracanã para ficar ao lado de uma estrutura giratória que representa o sol. Uma das piras mais bem boladas da história dos Jogos.

Vanderlei Cordeiro de Lima acendeu a pira olímpica
(foto: EFE)

Por fim, o Maracanã foi tomado por uma grande queima de fogos, abençoado pelo Cristo Redentor colorido de verde e amarelo - fechando com chave de ouro uma cerimônia que, certamente, deixou o mundo de queixo caído (pelo menos eu fiquei!) e espantou qualquer perspectiva negativa.
Que venham os grandes feitos e as medalhas - independente de quem os faça. Pois, já disse o Barão Pierre de Coubertin, idealizador dos Jogos da era moderna: o importante, acima de tudo, é competir.

A belíssima pira dos Jogos Olímpicos Rio 2016
(foto: Reuters)

(Fonte: globoesporte.com

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