Seungri: a queda de um ídolo do K-Pop

(foto: Divulgação)

O mundo do K-Pop (a música pop da Coreia do Sul) está estarrecido com as notícias divulgadas desde a última semana, que colocam Seungri, do Big Bang, além de outros cantores, no centro de um escândalo sexual: ele e os outros teriam compartilhado imagens e vídeos íntimos sem consentimento em um chat de um aplicativo de mensagens.
Mas a coisa não pára por aí: Seungri também é acusado de envolvimento em um esquema de prostituição em uma casa noturna da qual é sócio, além de crimes como sonegação fiscal.
Em um comunicado nas redes sociais publicado no último dia 11, Seungri anunciou sua retirada da indústria do entretenimento - a YG Entertainment, agência do Big Bang, confirmou a rescisão do contrato do cantor logo em seguida.




Lee Seung-hyun - que ficou mais conhecido por seu nome artístico, Seungri (ou "vitória", em coreano) - debutou com o Big Bang em 2006.
Junto com o grupo, lançou três álbuns de estúdio e cinco extended plays (EPs), só na Coreia do Sul - além de dois EPs e um álbum de estúdio solo, The Great Seungri, lançado no ano passado.
O Big Bang, com o passar dos anos, tornou-se um dos grupos de maior sucesso da Coreia, e conquistou uma legião de fãs mundo afora, além de conquistar prêmios e indicações.
Atualmente, as atividades do grupo estão paradas, por conta do alistamento da maioria dos integrantes no exército - o alistamento militar na Coreia é obrigatório para os homens por dois anos, antes de completarem a idade de 30 anos.
Big Bang em 2016, durante coletiva de imprensa do filme "MADE"
(foto: Divulgação)

Durante o hiato do Big Bang, Seungri, atualmente com 28 anos de idade, também passou a desenvolver atividades fora do meio artístico, administrando estabelecimentos como restaurantes e casas noturnas, como a Burning Sun, no distrito de Gangnam, área nobre de Seul.
Os rumores sobre as atividades ilícitas de Seungri começaram a partir de uma confusão relatada nessa casa noturna, envolvendo um suposto caso de assédio sexual, no final do ano passado.

A polícia sul-coreana passou a investigar o tal caso. Ao longo das investigações, as primeiras evidências surgiram: em fevereiro, a emissora de TV SBS divulgou imagens de conversas no KakaoTalk - um aplicativo de mensagens popular na Coreia - onde os membros compartilhavam vídeos e fotos íntimas sem consentimento. Nele, também foram encontrados comentários comprometedores e depreciativos.
Uma das conversas dá a entender que Seungri negociava favores sexuais a investidores e parceiros comerciais - as investigações revelaram ainda que a Burning Sun estaria no meio de outras atividades ilícitas, como jogo ilegal e sonegação fiscal.
Pouco a pouco, outras conversas de conteúdo comprometedor - especialmente, em um chat do KakaoTalk revelado na semana passada - também foram divulgadas pela imprensa coreana.
Seungri seria um dos integrantes do chat - outros artistas já tiveram sua participação comprovada, tanto no chat, quanto nas conversas suspeitas: Jung Joon Young, vocalista e líder da banda de rock Drug Restaurant; Yong Junhyung, do boygroup Highlight; e Choi Jong-hoon, da banda FT Island - os três tiveram seus contratos rescindidos com suas respectivas agências e anunciaram também sua saída do meio artístico.
Lee Jonghyun, da banda CNBLUE, também foi mencionado - no entanto, a agência do músico, a FNC Entertainment, negou sua participação no escândalo.

Seungri na boate Burning Sun, ao lado de Hyoyeon, do SNSD:
incidente na boate foi estopim de escândalo (foto: Soompi)
Até o início deste ano, Seungri estava atuando como cantor solo, por conta do hiato do Big Bang. Assim que as acusações começaram a vir à tona, todas as atividades programadas, como os shows da turnê do álbum The Great Seungri, foram canceladas.
Quando as acusações mais sérias vieram a público, no último dia 11/03, Seungri divulgou uma nota em seu perfil no Instagram anunciando sua aposentadoria do meio artístico, pedindo desculpas aos fãs e se dispondo a colaborar com as autoridades.

As investigações ainda estão em andamento na Coreia, Neste meio tempo, novos fatos e revelações sobre o caso devem surgir.

É inegável que a esta altura, a imagem de Seungri como artista e ídolo do K-Pop foi simplesmente reduzida a cinzas - na Coreia, um país considerado extremamente conservador, desvios de conduta não são tolerados.
No passado, rumores sobre sua conduta - bem como de outros membros do Big Bang e também da YG - surgiram e foram explorados pela mídia até certo ponto; tanto é que na minissérie YG e a Estratégia do Futuro, disponível na Netflix e que tem Seungri como protagonista, os roteiristas brincam com estas questões e as encaram com bom humor.
No entanto, estes eventos revelados agora elevam as coisas a uma proporção nunca antes imaginada, com detalhes capazes de deixar até o mais inveterado dos fãs de cabelo em pé.
Claro, ainda tem muita coisa pra acontecer. Mas especialmente na Coreia - bem como em outros países desenvolvidos - por mais privilegiada que possa ser a posição de uma pessoa, ninguém está acima da lei.
Se Seungri realmente tem envolvimento em todas estas ilicitudes - e as investigações demonstram que sim - então, ele deve responder pelos seus atos, da mesma maneira que todos os outros.

É triste e deprimente ver uma carreira tão bem-sucedida terminar desta forma. É desolador ver um artista tão talentoso como Seungri se perder desta maneira.
Mas por mais que certas circunstâncias no mundo e na humanidde digam o contrário, o certo é o certo. E a justiça deve ser feita. Doa a quem doer.


(Fontes: Wikipedia, Soompi, Purebreak, Revista KoreaIN)

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